A ULTRASSONOGRAFIA COMO CRITÉRIO DE ABATE EM BOVINOS DE CORTE

Você já ouviu falar de ultrassonografia em bovinos??
Por: Ellen Souza e David Fernando

Essa técnica está cada vez mais presente na rotina do produtor agropecuário, possibilitando assim predizer em animais vivos às características de carcaça importante a produção do animal ao melhoramento genético através do monitoramento da musculosidade e grau de acabamento bovino, o que antes era selecionada a olho nu, hoje tem todo um processo buscando cada vez mais eficiência na hora do abate.

   Outra função da ultrassonografia é a separação de lotes em confinamento, detectando animais prontos para o abate, bem como, para selecionar animais superiores para o melhoramento genético do rebanho.

  O uso da ultrassonografia em bovinos de corte para avaliação de características de carcaça foi iniciado por volta de 1950 na Universidade de Cornell, EUA. Os aparelhos utilizados na época eram primitivos, as medidas, objetos de avaliações, eram bastante difíceis de serem obtidas, com resultados nada satisfatórios.

Entretanto, houve uma mudança significativa no início da década de 1980 com a adoção da ultrassonografia em tempo real (Real-Time ultra-som) na qual a geração e a recepção de sinais eram realizadas com maior rapidez. (Stouffer, 1991).

Nos dias atuais, os aparelhos são ainda mais sofisticados, podendo apresentar resultados excelentes, dependendo da habilidade do técnico.

No Brasil, o produtor recebe pelo peso da carcaça produzida e a preocupação da indústria se resume ao mínimo de deposição de gordura de cobertura que é de 3 mm objetivando a proteção contra os efeitos nocivos do resfriamento.

Essa tema também está presente na base de estudo dos futuros técnicos em agronomia, que é o caso da Vanessa Silva Aranda,que escolheu o assunto para ser abordado em um dos seus trabalhos, em sua apresentação cita que é importante lembra que “o manejo sem orientações adequadas, podem gerar estresse animal, prejudicando a leitura dos dados, fazendo com que o animal se agite e não permita uma avaliação adequada.”

Também destaca que o uso do ultrassom não substitui o peso vivo e as avaliações visuais dos programas de melhoramento genético. As medidas de ultrassom devem ser somadas as avaliações de rotina, dando maior segurança na predição do potencial genético do animal
para as características de carcaça: musculosidade e rendimento de carcaça (AOL), precocidade (EGS e EGG) e qualidade de carne (MAR).

Locais das medidas

As características da carcaça que podem ser medidas no animal vivo por ultra-sonografia (Figura 1) são área do olho do lombo (AOL), gordura de cobertura (EG), gordura da garupa (P8), percentagem de gordura intramuscular ou marmoreio.

Quanto aos pontos de medição, a área de olho do lombo (AOL) é caracterizada como sendo uma secção transversal do músculo Longissimus dorsi entre as 12ª e 13ª costelas e freqüentemente utilizada como indicadora de musculosidade.

A espessura de gordura subcutânea (EGS), também medida no mesmo local, indica o grau de acabamento da carcaça e proporciona indícios de carne de qualidade. Já a deposição de gordura subcutânea na P8 situa-se na garupa entre o íleo e o ísqueo, e é uma medida avaliada na posição longitudinal.

A deposição de gordura neste local normalmente inicia-se mais cedo que o das costelas. A gordura intramuscular (GIM) também denominada marmoreio é caracterizada por flocos (pontos) de gordura visíveis no músculo longissimus (contra-filé) e apresenta associação positiva com a palatabilidade, suculência e ligeira relação com a maciez.

As herdabilidades para estas características são moderadas, ou seja, entre 0,3 e 0,4, indicando que é possível obter ganho na geração seguinte quando se seleciona animais para acabamento ou musculosidade, muito embora as características tenham, via de regra, sentidos opostos.

Para execução do trabalho são necessários:
tronco de contenção, balança e energia elétrica, utiliza-se óleo vegetal como condutor das ondas de ultrassom (substitui o gel, que é o condutor mais conhecido). Também é importante atentar-se aos profissionais que serão contratados para execução do serviço.

As vantagens do uso desta tecnologia no confinamento são:
 1. Redução de custos (diárias de alimentação);
 2. Padronização de carcaças (uniformização de Lotes);
 3. Eliminação do “boi ladrão” (antieconômicos);
 4. Programação de abates;
 5. Formação de lotes de qualidade de carne (marmoreio).





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